A Índia está investindo em pesquisas com algas marinhas e pinhão-manso (Jatropha curcas) a fim de transformá-los em matérias-primas viáveis para obtenção de biodiesel, segundo destacou Pushpito Ghosh, pesquisador da Central Salt & Marine Chemicals Research Institute.
“Temos 1,1 bilhão de habitantes e não conseguimos suprir a demanda interna de açúcar. Ou seja, diferentemente do Brasil não há como produzir, na Índia, etanol a partir de cana-de-açúcar”, disse Ghosh durante o Workshop: Scientific Issues on Biofuels, realizado pela FAPESP em maio.
Outro obstáculo é a escassez de terras cultiváveis, a despeito do tamanho do país. Por conta disso, uma das principais apostas dos pesquisadores indianos para a produção de combustíveis alternativos está na água.
Ao apresentar taxa de crescimento de 5% a 9% ao dia, as algas marinhas permitem colheitas a cada 45 dias. “Tal produção não pode ser comparada a nenhuma outra cultura convencional”, disse.
Segundo Ghosh, a energia a partir das algas reduziria a pressão por terras, eliminaria o uso de pesticidas e não causaria demanda por água para irrigação como as plantações.
Em contrapartida, o especialista admite que ainda são necessários estudos para precisar os impactos ambientais que a cultura no mar pode causar ao meio ambiente. Entre as críticas recebidas pelo projeto indiano está a de que o cultivo de algas poderia impactar os sistemas de corais.
Além de ser fonte de biocombustível, as algas podem aumentar a produtividade de outras plantações, especialmente a da cana-de-açúcar, segundo uma experiência feita no país com grânulos de algas aplicados como biofertilizantes.
“Esses grânulos são considerados um fertilizante valioso, de grande impacto na produção”, afirmou Ghosh, comentando que o produto costumava ser utilizado apenas como espessante de alimentos.
Fonte: Portal Ecodebate
Fonte: Portal Ecodebate
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