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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Petrobras em ritmo eleitoral

O Globo

Exploração comercial de Tupi, maior campo do pré-sal, começará às vésperas do 2º turno

Lino Rodrigues



LULA AO lado de Gabrielli, presidente da estatal: "A Petrobras tem um esquema de segurança cheio de frescura, porque por mim eu até tomaria banho de petróleo"


A exploração comercial do petróleo existente na camada do pré-sal na área de Tupi, na Bacia de Santos, deve começar entre os dias 27 e 29 de outubro
- pouco antes, portanto, do segundo turno das eleições para presidente da República, que será no dia 31. O anúncio foi feito ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, durante inauguração das obras de ampliação da Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP). A previsão anterior era que a entrada em operação de Tupi - área na qual, estima-se, estejam as maiores reservas do pré-sal - iria ocorrer até o fim do ano.

Segundo Gabrielli, a produção em Tupi já havia começado de forma experimental em maio de 2009
, com cerca de 14 mil barris de óleo por dia. Com o início da exploração comercial, a estimativa é extrair até cerca de cem mil barris por dia.

- Iniciaremos, pela primeira vez, a produção comercial do piloto de Tupi, que terá a capacidade de produção de até cem mil barris por dia. É claro que isso não será obtido logo no início, mas é a capacidade - disse Gabrielli.


Feitos da empresa viram palanque


O presidente da estatal explicou ainda que a decisão de dar início à exploração comercial na próxima semana só aconteceu agora porque a Petrobras está passando para a fase de integração dos poços do campo de Tupi e, dependendo das condições do tempo, a exploração deve acontecer mesmo entre 27 e 29 de outubro.


Segundo o presidente Lula, a data vai ficar marcada na história da indústria petrolífera
, por representar o futuro dessa atividade econômica. Lula, em tom de brincadeira, disse que, se a segurança da Petrobras não fosse "cheia de frescura", tomaria um banho de petróleo para comemorar a retirada do primeiro petróleo de Tupi.

- No dia 28 ou 29, não pode ser antes do dia 28, nós vamos pegar um helicóptero e entrar mar adentro, 300 quilômetros, e vamos pousar o helicóptero numa plataforma que está lá no bloco de Tupi e vamos arrancar o primeiro petróleo. A Petrobras tem um esquema de segurança cheio de frescura, porque por mim eu até tomaria banho de petróleo, mas eles acham que não pode. Eu fico imaginando: a gente vai buscar petróleo a quase sete mil metros de profundidade, uma coisa que estava guardada há 160 milhões de anos, ou seja, é uma coisa quase impensável de a gente acreditar - disse Lula.


Desde julho, o governo tentava antecipar a produção comercial de Tupi. Inicialmente,
a ideia era adiantá-la para setembro, véspera do primeiro turno das eleições. Mas, por questões técnicas, os testes de longa duração que vinham sendo conduzidos no campo não permitiram tal antecipação.

O empenho para adiantar a produção comercial de Tupi se explica por seus números grandiosos. Com reservas estimadas em cinco a oito bilhões de barris de petróleo - metade das reservas brasileiras atuais -,
ele é a menina dos olhos do pré-sal. Foi em Tupi que a Petrobras fez as primeiras descobertas no pré-sal. A estimativa é que lá poderão ser produzidos até cem mil barris por dia de petróleo. O volume é bem maior que os 40 mil barris de petróleo diários que serão produzidos até o fim do ano no campo de Baleia Franca, na porção capixaba da Bacia de Campos, que oficialmente inaugurou a produção comercial do petróleo do pré-sal em julho passado.

Com a antecipação da produção comercial de Tupi, a Petrobras volta a ocupar papel de destaque na campanha eleitoral. O processo de capitalização da empresa - concluído em setembro e pelo qual a estatal recebeu um aporte de R$120 bilhões - foi tema recorrente na campanha da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Na semana seguinte ao primeiro turno, a cerimônia de batismo de mais uma plataforma da Petrobras, a P-57, também ganhou ares de palanque político, ao contar com a presença do presidente Lula.

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