Seja bem-vindo (a) ao Blog do Mar Brasileiro, parte do Projeto Mar Brasileiro em Rede (http://www.marbr.net.br/), cuja missão é: fomentar o conhecimento, a pesquisa e a exploração sustentável das riquezas da plataforma continental brasileira; apoiar e divulgar a Marinha do Brasil.

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sábado, 9 de outubro de 2010

Sustentabilidade no mar

A halicondrina B é um composto anticâncer de origem marinha. Para se obter 350 miligramas da substância no ambiente natural é preciso coletar 1 tonelada de esponjas da espécie Lissodendoryx, na qual a halicondrina é encontrada.
Por conta disso, um trabalhado de bioprospecção mal planejado pode simplesmente provocar a extinção da espécie, o que já aconteceu localmente com esponjas em algumas regiões da costa europeia.
O exemplo foi usado pelo professor Renato Crespo Pereira, da Universidade Federal Fluminense (UFF), para ilustrar a importância de se planejar a exploração sustentável da biodiversidade marinha.
A despeito de todas as dificuldades, o pesquisador afirma que o Brasil não pode deixar de explorar seus biomas marinhos. “O país já se encontra bem atrás de outros na exploração da biodiversidade dos oceanos. Países da Oceania, da Ásia, da Europa e da América do Norte apresentam atividade de pesquisa muito mais intensa em seus sistemas costeiros”, disse.
Segundo ele, as condições adversas presentes nos oceanos, como as variações de temperatura, que vão de registros negativos até 350º C, e de pressões, que variam de uma a mil atmosferas, fazem dos mares o ambiente propício para o desenvolvimento de metabólitos secundários extremamente complexos e sem paralelo nos ambientes terrestres.
Substâncias que combatem fungos, bactérias e inflamações são alguns exemplos de produtos que vieram do mar e que justificam a intensificação das pesquisas marinhas no país, que ainda são incipientes. “Justamente por estar começando nesse trabalho de prospecção marinha é que o Brasil deve começar a pensar nos rumos que quer tomar”, afirmou.
Para o professor da UFF, há uma série de questões que devem ser levadas em conta para balizar a maneira de se explorar os recursos oceânicos, especialmente o fato de a natureza conseguir suprir a demanda da ciência e, posteriormente, de mercado por aquela substância.
Pereira ilustrou com o caso da descoberta de uma alga encontrada somente em uma ilha brasileira. “Devemos nos perguntar: vale a pena fazer toda uma pesquisa a respeito dela para depois ver que não há algas suficientes para suprir a indústria?”, colocou.
Antes mesmo de se iniciar uma pesquisa de compostos bioativos marinhos seria preciso verificar se a natureza tem condições de fornecer a matéria-prima em quantidade necessária. “Muitas vezes não encontramos o suficiente nem mesmo para os testes de bioatividade, o que dizer então da utilização comercial em maior escala”, alertou.
Reprodução em laboratório - Pereira afirma ser necessário olhar o processo como um todo a fim de não realizar pesquisas em vão ou que acabem provocando impactos perigosos como a extinção de espécies.
“Se conhecemos o gargalo, às vezes é melhor começar a pesquisa por ele, ou seja, primeiro desenvolver métodos de reprodução daquele organismo marinho para depois testar os seus compostos”, disse.
Alternativas interessantes, segundo o professor da UFF, seriam investimentos em pesquisas em genômica e proteômica que desenvolvam o cultivo de organismos marinhos. Esses trabalhos ajudariam a reproduzir em laboratório moléculas e organismos de interesse científico e comercial.
“A bioprospecção brasileira deve considerar vários objetivos: conservar a biodiversidade, promover o manejo sustentável dos organismos para a fabricação de produtos naturais e, é claro, encarar a biodiversidade como um valioso recurso econômico para o país”, disse. (Fonte: Fabio Reynol/ Agência Fapesp)

Fonte: Ambientebrasil

CoolClimate Art Contest

No pollution please
by *Chris-Lamprianidis

Mais 1.060 empregos em cruzeiros marítimos

A Infinity Brasil, agên­cia es­pe­cia­li­za­da no re­cru­ta­men­to de pro­fis­sio­nais para tra­ba­lho em cru­zei­ros ma­rí­ti­mos em toda a América Latina, está rea­li­zan­do um úl­ti­mo pro­ces­so se­le­ti­vo no Brasil, antes do iní­cio da tem­po­ra­da 2010/2011, que deve co­me­çar den­tro de pouco mais de um mês. A em­pre­sa, que re­pre­sen­ta 13 com­pa­nhias (Royal Caribbean, Costa Cru­zeiros, MSC Cru­zeiros, Aza­mara, Celebrity Cruises, Ima­ge Group, Island Cruises, Starboard Services, Ocean View, Regent Seven Seas, Crystal Cruises, Oceania Cruises e Disney Cruise Line), dis­põe atual­men­te de 1.060 opor­tu­ni­da­des de em­pre­go, di­ri­gi­das a can­di­da­tos com in­glês fluen­te, ex­pe­riên­cia de dois anos na área pre­ten­di­da e for­ma­ção su­pe­rior em Educação Física, Turismo, Letras ou Pedagogia, con­for­me o cargo de in­te­res­se.

Para as áreas de res­tau­ran­te, co­zi­nha, bar e lim­pe­za, a Infinity re­cru­ta­rá 350 pro­fis­sio­nais, todos com in­glês, ao menos, in­ter­me­diá­rio. Outros 350 can­di­da­tos se­le­cio­na­dos atua­rão nos se­to­res de re­cep­ção, ven­das e fo­to­gra­fias. Para estas áreas, o nível do idio­ma in­glês deve ser o avan­ça­do, já que o con­ta­to com os pas­sa­gei­ros é fun­da­men­tal. As de­mais 360 vagas ofe­re­ci­das di­ri­gem-se à área de en­tre­te­ni­men­to de na­vios: são opor­tu­ni­da­des para os car­gos de di­re­tor de cru­zei­ros, re­crea­dor es­por­ti­vo, re­crea­dor de adul­tos, re­crea­dor in­fan­til, téc­ni­co de palco, téc­ni­co de áudio e téc­ni­co de ilu­mi­na­ção.

Atualmente, o nú­me­ro de em­pre­gos di­re­tos e in­di­re­tos cria­dos pelo setor irá pas­sar de 39 mil para 45 mil. Esti­mativas apon­tam que a pró­xi­ma tem­po­ra­da será a maior da his­tó­ria no País. Os por­tos bra­si­lei­ros re­ce­be­rão 20 na­vios - dois a mais que no mesmo pe­río­do do ano pas­sa­do.

Como se inscrever
Os interessados devem cadastrar-se pelo site www.infinitybrazil.com.br. Na página é preciso ter a mão uma série de informações, entre elas o número do passaporte e as referências e experiências profissionais. Também é necessária uma foto 3x4 digitalizada para anexar ao cadastro. 
 
FONTE: FOLHA DE PERNAMBUCO (5/10/2010)

SEMINÁRIO AMAZÔNIA AZUL - PROGRAMAÇÃO

O propósito deste Seminário, uma parceria entre a Secretaria de Assuntos Estratégicos e a Marinha do Brasil, é divulgar e fortalecer a marca Amazônia Azul junto a seguimentos de interesse da sociedade, identificando as potencialidades científicas, econômicas e energéticas das Águas Jurisdicionais Brasileiras e as consequentes demandas por proteção desses interesses no mar, agora e no futuro. Para tanto, serão proferidas palestras por autoridades civis e militares, abrangendo temas relacionados à segurança, às riquezas existentes e aos aspectos político-estratégicos da Amazônia Azul.

Local: Escola Naval
Endereço: Av. Alte. Sylvio de Noronha, s/nº – Castelo – Rio de Janeiro – RJ


 PROGRAMAÇÃO

DIA
HORA
Palestras
14OUT
0805
Início do credenciamento
0900
Abertura
0905
Aspectos políticos e estratégicos da Amazônia Azul, Almirante-de-Esquadra Mauro César Rodrigues Pereira, Ex-Ministro da Marinha
1015
Representante da PETROBRÁS
1130
O Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul, Vice-Almirante Elis Treidler Öberg
1230
Almoço
1430
Estudos Estratégicos para os Recursos do Mar, Contra-Almirante Marcos José de Carvalho Ferreira
1545
O Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear, Almirante-de-Esquadra José Alberto Accioly Fragelli
15OUT
0900
Secretário Executivo da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Prof. Dr. Luiz Alfredo Salomão
1015
O Renascimento do Atlântico Sul, Prof. Dr. Francisco Carlos Teixeira
1130
O Emprego do Poder Naval na Defesa da Amazônia Azul, Almirante-de-Esquadra (FN) Alvaro Augusto Dias Monteiro
1230
Almoço
1430
Ministro da Pesca e Aqüicultura, Sr. Altemir Gregolin
1545
Ministro da Defesa, Sr. Nelson Jobim
1630
Encerramento formal

Faça sua inscrição: www.seminarioamazoniazul.com.br/form/inscricao.htm

Vídeo da construção da Base e Estaleiro de Submarinos



O vídeo mostra o estágio das obras da Unidade de Fabricação de Estrutura Metálica (UFEM), primeira etapa do novo Complexo Militar-Naval, composto, também, por um Estaleiro e pela Base Naval de Submarinos. No canteiro de obras de 90 mil metros quadrados, homens da Construtora Odebrecht trabalham em uma longa jornada, sob a fiscalização permanente da Marinha.


Além da importância estratégica, tecnológica e industrial do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear, o aspecto social também foi ressaltado na reportagem, que destacou a implantação do Programa de Qualificação Profissional Continuada “Acreditar”. O programa seleciona, capacita e forma a mão-de-obra da região, com o intuito de contratá-la para atuar nas obras.

Assista ao vídeo da construção da Base e Estaleiro de submarinos da Marinha do Brasil.

Secretaria faz convênio com espanhóis para aumentar a eficiência dos portos

A Secretaria Especial de Portos (SEP) firmou ontem dois convênios com instituições espanholas no valor de € 566 mil para desenvolver estudos com objetivo de aumentar a eficiência logística nos portos. O primeiro, avaliado em € 384 mil e assinado com a Fundación Valenciaport, diz respeito ao acompanhamento da implantação da janela única nos complexos nacionais, mais conhecida como Porto Sem Papel, projeto que visa desburocratizar os procedimentos portuários e agilizar, consequentemente, o fluxo do comércio exterior.

O Porto Sem Papel está pronto e foi desenvolvido pela SEP em conjunto com o Serpro. A contratação de uma empresa para acompanhar o processo vai na direção do que alguns países adotam como "terceira opinião", uma espécie de auditagem do que foi feito para, se necessário, lançar mão de melhorias, explica o assessor especial da SEP para área Internacional, José Newton Barbosa Gama.

Além da experiência espanhola com um projeto semelhante, o executivo destaca a compatibilidade da iniciativa brasileira com o modelo europeu. "A ideia é que a nossa janela única seja compatível com o modelo europeu para que um possa ler o do outro e trocar informações sobre a carga que está chegando e saindo."

Já o segundo convênio, firmado com o Advanced Logistics Group (ALG) e o Logística Internacional (ILI), terá como base um estudo de viabilidade para a implantação de uma Zona de Atividades Logísticas (ZAL) no entorno do porto de Santos, o principal do país. A ideia é criar um condomínio logístico próximo ao porto para atender principalmente as importações, com possibilidade de a carga receber um serviço agregado para posteriormente ser transportada ao destino dispondo de ampla opção de modais. No caso de Santos, destaca Gama, o único modal que não acessa o porto é o aeroporto, com fins exclusivamente militares.
Fonte: valor Econômico/Fernanda Pires | Para o Valor, de Santos

Porto de Santos vai definir licitação doVTMIS

A licitação do VTMIS - Vessel Traffic Management Information System – em português, Sistema de Gerenciamento e Monitoramento de Tráfego de Navios do Porto de Santos passará por uma nova etapa, com a abertura dos envelopes da concorrência, em 15 de outubro. A expectativa é de que o projeto esteja implantado até o final de 2011. O valor total do investimento somado ao custo de manutenção por dois anos é de R$ 15 milhões, a serem pagos com recursos da Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP). “É mais uma medida que coloca o Porto de Santos no nível dos maiores portos do mundo”, define Renato Barco, diretor de Planejamento e Controle Estratégico da Codesp.

FONTE: PORTOS E NAVIOS

Píer Mauá anuncia a maior temporada de cruzeiros marítimos da história do Rio de Janeiro

Começa no dia 7 de outubro a maior de todas as temporadas de cruzeiros marítimos, que registrará novos recordes de turistas e atracações, estendendo-se até o dia 27 de abril de 2011. Cerca de 800 mil turistas movimentarão o terminal de passageiros da Píer Mauá ao longo de sete meses, trazendo para a economia da cidade aproximadamente US$ 240 milhões, um crescimento de 16% em relação à temporada anterior quando a atividade de cruzeiros injetou na economia do Rio US$ 206 milhões.
São 255 atracações previstas, contra 226 da temporada anterior. Espera-se a atracação simultânea de quatro, cinco, seis e sete navios no porto em um único dia.
Este ano a Píer Mauá investiu R$ 15 milhões em obras. E recentemente assinou financiamento de R$ 10 milhões com a Investe Rio, agência de fomento do governo do estado do Rio de Janeiro. Os recursos estão sendo aplicados na restauração dos armazéns 3 e 4, além do externo 1, prédio contíguo às áreas da empresa, no outro lado da Avenida Rodrigues Alves, cujas primeiras obras (8.500 metros quadrados de área para feiras e eventos e 8.500 metros quadrados para estacionamento) estarão concluídas em dezembro deste ano, possibilitando a sua utilização em janeiro de 2011, durante a próxima edição Fashion Rio – diz Luiz Antônio Cerqueira, presidente da Píer Mauá S.A., ao anunciar para 2011 a conclusão do novo Terminal de Passageiros. – Na próxima temporada o novo terminal já estará em funcionamento – afirma.
O primeiro navio a atracar no Rio de Janeiro será o "MSC Armonia", com 2.890 turistas (2.223 passageiros e 667 tripulantes). Ele inicia a sua série de cruzeiros pela costa brasileira utilizando o Terminal de Passageiros da Píer Mauá como home port (todas as operações de embarque e desembarque ao longo da temporada serão realizadas no Porto do Rio), assim como todos os demais navios da companhia

Site Portos e Navios -PORTOS E LOGÍSTICA

Lula diz que Brasil construirá plataformas marítimas para a América do Sul

Segundo o presidente, a indústria naval brasileira ressurgiu em seu governo e atraiu investimentos

RIO DE JANEIRO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (07/10) que o Brasil fortaleceu sua indústria naval e atualmente tem condições de construir plataformas marítimas não apenas para a Petrobras, mas também para companhias de outros países, principalmente da América do Sul.
"Vamos produzir plataformas também para outros países", afirmou Lula em discurso durante a cerimônia de batismo da P-57, uma plataforma que a Petrobras começará a operar este ano de 54 mil toneladas, 105 metros de altura e capacidade para produzir 180 mil barris de petróleo diários .
Segundo Lula, a indústria naval brasileira, que chegou a ser uma das maiores do mundo na década de 1970, ressurgiu em seu governo e atraiu investimentos de outros países .

A P-57, uma plataforma marinha do tipo FPSO (sigla em inglês que significa unidade flutuante de produção, armazenamento e transporte de hidrocarbonetos), custou US$ 1,2 bilhão e foi construída por estaleiros brasileiros com cerca de 68% de componentes nacionais sobre o casco de um navio petroleiro convertido em Cingapura.

A Petrobras considera a P-57 a primeira de uma nova geração de plataformas marítimas com as quais pretende explorar as enormes reservas que descobriu em águas muito profundas do Oceano Atlântico .

Lula destacou que até 2014 a Petrobras investirá cerca de US$ 224 bilhões para explorar as reservas que descobriu e que, por isso, terá que encomendar muitos navios e plataformas.

"Vamos precisar de muitos navios e plataformas, além de estaleiros", disse Lula vestindo o colete laranja dos trabalhadores da Petrobras .

"As empresas de Cingapura vão instalar mais estaleiros aqui porque temos que construir plataformas para muitos países que precisam, para países da América do Sul e outros que não têm a mesma tecnologia que nós temos", acrescentou.

Lula afirmou que os estaleiros de Cingapura constroem na Ásia para atender à demanda de países como China, mas que terão que se instalar no Brasil para atender a países da América do Sul e da África .

O presidente ressaltou que nos últimos anos empresas nacionais e estrangeiras instalaram ou reconstruíram estaleiros em diferentes estados para atender a uma crescente demanda que antes era atendida com importações.


"Era um Brasil que achava que tudo tinha que vir de fora porque era melhor, mais lindo e mais barato", afirmou o presidente, quem acrescentou que antes a Petrobras encomendava plataformas no exterior.

Lula afirmou que a P-57 tem 68% de componentes nacionais, mas que já é possível pensar em plataformas com "80% e até 100%" das peças produzidas no país .

Em entrevista coletiva ontem, o gerente-executivo de Exploração e Produção da Petrobras, José Antônio de Figueiredo, ressaltou que o casco da plataforma foi convertido em Cingapura porque no Brasil não havia condições.

No entanto, o funcionário afirmou que Petrobras alugou um estaleiro que estava desativado em Niterói para nacionalizar esse processo .

Ele acrescentou que, nas últimas licitações, as empresas brasileiras demonstraram que têm condições de produzir plataformas a um preço inferior ao do mercado internacional.

"Vamos construir os cascos para outras oito plataformas no Rio Grande do Sul. Nos próximos anos vamos construir dezenas de plataformas e centenas de navios de apoio no país" , disse o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, na cerimônia de batismo da P-57 no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis.

Revista Época Online

Brasil já é o maior importador de armas da França

Compras militares dão salto de 3.700% em quatro anos, resultado sobretudo da aliança entre Lula e Sarkozy

País ainda não definiu se comprará aviões de caça franceses Rafale; Suécia e EUA também disputam o contrato


O Brasil é hoje o maior importador de armamentos da França -mesmo antes da definição do governo sobre a compra dos caças franceses Rafale-, segundo relatório divulgado anteontem pelo Ministério da Defesa francês.

Os números mostram pela primeira vez o impacto da aliança diplomática e militar firmada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega francês, Nicolas Sarkozy , nos últimos anos.

Os contratos assinados entre os dois países entre 2005 e 2009 já somam 5,5 bilhões (R$ 12,8 bilhões).


Com isso, entre os anos de 2008 e 2009, o Brasil passou do nono para o primeiro lugar do ranking mundial de importadores- batendo parceiros históricos da França, como Arábia Saudita e Índia.

As importações brasileiras de armas da França saltaram de 101 milhões, em 2005, para 3,8 bilhões, em 2009, salto de 3.700%.

O relatório francês revela que a predominância do Brasil se deu graças sobretudo à aquisição de submarinos do tipo Scopèrne.

 Folha de São Paulo Ana Carolina Dani

Exploração da cessão por US$ 10 bi

Exploração da cessão por US$ 10 bi

A Petrobras vai investir algo em torno de US$ 10 bilhões na fase exploratória dos sete prospectos cedidos onerosamente pela União à estatal. Os recursos serão destinados a perfuração de sete poços exploratórios e três testes de longa duração. Para 2020, a estimativa é que a nova fronteira deve estar produzindo 1,8 milhão de bpd.

A fase exploratória das áreas de Tupi Sul, Florim, Peroba, Nordeste Tupi, Sul de Guará, Iara Entorno e Franco durará quatro anos, a partir da assinatura do contrato entre a estatal e a União. “Vamos nesse período adquirir muita informação”, disse nesta quinta-feira (7/10) o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, durante entrevista coletiva no Cenpes, no Rio de Janeiro.

O diretor Financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, lembrou que o preço médio de US$ 8,51 do barril do petróleo do pré-sal que foi utilizado na cessão onerosa de 5 bilhões de barris à estatal já vem com a participação especial embutida. “Esse valor já paga a participação especial”, disse.

Para continuar financiando seu Plano de Negócios, que prevê investimentos da ordem de US$ 224 bilhões nos próximos cinco anos, a Petrobras ainda pretende captar US$ 60 bilhões nos próximos quatro anos. “Algo perfeitamente factível com o porte da Petrobras”, disse Gabrielli. 

fonte: BRASIL ENERGIA

AGENDA DE EVENTOS EM OUTUBRO E NOVEMBRO

13/10 a 15/10
Energias Renováveis no Cone Sul
4ª edição Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Inf.: Câmara de Comércio Brasil - Portugal / Rio Grande do Sul
Tel.: +55 (51) 3388 3958
http://www.eracs.org.br/site/capa
 
15/10
DIREITO DO PETRÓLEO - O Futuro da Indústria do Petróleo no Brasil: Pré-Sal e Biocombustíveis Rio de Janeiro
Inf.: Mercury Eventos
Tel.: + 55 (21) 2533-0100      
mercuryeventos@mundivox.com.br

19/10 a 21/10
Energias Renováveis Brasil - Summit de Investimento e Financiamento
São Paulo
Inf.: InfoCast
Tel.: +1 (818) 888-4444       
 miriame@infocastevents.com
http://www.infocastinc.com

21/10 a 21/10
Seminário Gas Energy - Gás Natural : O Combustível do século XXI
Rio de Janeiro
Inf.: Zona Elétrica
Tel.: + 55 (21) 3553 4373
contato@gasenergy.com.br
http://www.gasenergy.com.br

26/10 a 27/10
Seminário Legislação Ambiental para o Setor Elétrico
São Paulo
Inf.: Viex Americas
Tel.: +55(11) 5051-6535
victor@vxa.com.br
http://www.viex-americas.com.br

26/10 a 28/10
Deepwater Brazil Congress Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Inf.: IQPC
marketing@iqpc.com
 Novembro

10/11 a 11/11
Maritime Summit 2010
São Paulo, São Paulo
Inf.: Viex Americas
Tel.: + 55 (11) 5051-6535
atendimento@vxa.com.br
http://www.viex-americas.com.br

O preço da limpeza

Ceará e Rio Grande do Norte comemoram a enxurrada de parques eólicos que abrigarão nos próximos anos, por conta dos resultados dos últimos leilões de energia. Entretanto, a expansão da oferta de fontes alternativas pode ser um tiro pela culatra e causar uma explosão tarifária aos consumidores dos dois estados. Isso porque eles terão de subsidiar sozinhos o desconto de 50% das tarifas de uso dos sistemas de distribuição (Tusd) e transmissão (Tust) aplicado a esses projetos.


Até 2013 o Rio Grande do Norte terá 2.100,8 MW eólicos, o equivalente a 34,6% do parque gerador desse tipo de fonte no país. O Ceará virá em seguida, com 1.378 MW, ou 22,7% da matriz eólica brasileira. Embora esse bloco de energia seja compartilhado por todo o SIN, o subsídio do desconto na Tusd e na Tust será pago somente pelos 2,8 milhões de clientes da Coelce e 1,1 milhão da Cosern. Juntos, eles representam menos de 6% do total de consumidores do país, e utilizam menos de 4% da energia produzida no Brasil.

É difícil estimar hoje qual será o impacto tarifário sobre os clientes das duas distribuidoras, se nada for feito. Sabe-se, porém, que o efeito será alto. Para se ter ideia, no Mato Grosso, onde existem 25 usinas (620,83 MW) beneficiadas com o desconto – em sua maioria, são PCHs –, os consumidores da Cemat têm um impacto de 0,62% na tarifa de energia. Trocando em miúdos, isso representa um aumento de arrecadação de R$ 10,4 milhões anuais.

Segundo o vice-presidente de Regulação da Rede Energia, controladora da Cemat, Valdir Jonas Wolf, essa distorção tarifária gera um sinal locacional equivocado. Por mais que o Mato Grosso tenha uma oferta abundante de energia, um consumidor pode preferir se instalar em outro estado para pagar menos encargos.

O desconto de 50% de Tusd e Tust está previsto na resolução 77 da Aneel, de agosto de 2004. São beneficiados com a redução dos encargos PCHs e empreendimentos com base em fonte solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada com potência de até 30 MW. De acordo com a norma, “o valor correspondente à redução percentual configura direito da concessionária de distribuição, a ser compensado no primeiro reajuste ou revisão tarifária após a correspondente apuração”.

Divisão por todos
A fim de resolver esse impasse, a Aneel já iniciou estudos para tentar desatar o nó antes de 2012, quando entrarão em operação as primeiras eólicas contratadas no leilão de dezembro de 2009. A ideia é manter o subsídio, porém cobrando-o de todos os consumidores do país, e não apenas dos atendidos na área de concessão em que estão os projetos.

Apesar de o desconto ter sido determinado pelo MME, há um entendimento na agência de que ela é responsável pela regulamentação do subsídio. Sendo assim, a própria Aneel poderá criar uma nova resolução corrigindo a distorção tarifária.

Quanto antes a questão for solucionada, melhor. Afinal, ainda existe um grande potencial eólico a ser explorado no Rio Grande do Norte e no Ceará. Se a regra for mantida, a tendência é que a distorção tarifária se acentue ainda mais. E acabe atraindo a antipatia dos consumidores para as fontes alternativas.

Linhão
Para minimizar o impacto para o consumidor e, de quebra, solucionar o problema de falta de conexão das eólicas da região Nordeste com o SIN, a Abeeólica tem uma proposta ousada. A associação sugere construir um linhão, em 500 kV, ligando São Luís (MA) a João Pessoa (PB), margeando o litoral e ainda fechando um anel de transmissão na capital paraibana.

“Estamos contratando um estudo de viabilidade para o linhão. Além disso, as próprias estações coletoras já minimizarão o impacto tarifário para os consumidores desses estados”, conta o presidente da Abeeólica, Ricardo Simões.

Aymoré de Castro Filho, especialista em regulação da Aneel, não concorda com o dirigente. “A estação coletora, depois de um determinado período, é repassada para a distribuidora. Não vai resolver o problema. Temos de entender que serão colocados 2 GW de eólicas no Ceará e no Rio Grande do Norte. É claro que isso gera um problema de distorção no subsídio de Tusd e Tust. No futuro, ou se corta o subsídio ou se divide para todos”, avalia.

fonte: BRASIL ENERGIA

Antes do primeiro óleo

Depois de Petrobras, Shell e Repsol, chegou a vez de a Statoil financiar projetos de tecnologia no Brasil com recursos do Fundo de Participação Especial (FPE) – formado por 1% da receita bruta dos campos de petróleo e gás mais lucrativos. Entretanto, a companhia está fazendo isso com meses de antecedência à entrada em produção do campo de Peregrino, na Bacia de Campos, operado por ela e que deverá começar a jorrar óleo no primeiro trimestre de 2011 e, no pico, produzir 100 mil barris/dia. Os beneficiados são dois projetos cujos focos são proteção ambiental e desenvolvimento de fornecedores.
O investimento antecipado é encarado pela petroleira norueguesa como uma forma de conhecer mais o processo do FPE e a relação com as instituições de pesquisa antes do início da obrigatoriedade. “São projetos que envolvem recursos financeiros relativamente pequenos, mas que vão nos dar a oportunidade de aprender como operar o recurso”, explicou o vice-presidente para a área de P&D da Statoil Brasil, André Leite.

Outro incentivo é a possibilidade de abater o investimento antecipado no repasse obrigatório, até o limite de 25% do valor devido a cada ano. Pelo cálculo da companhia, Peregrino deve atingir o patamar de receita para se enquadrar na obrigação de investimento em P&D entre 2013 e 2014, por uma projeção interna da Statoil da evolução do preço do barril nos próximos anos. Parte do investimento em pesquisa, porém, será feito com recursos próprios, independente do FPE.

Os dois projetos integram uma cesta com outros 15 projetos, identificados, em um levantamento realizado pela Statoil em 2009 e 2010, com as demandas tecnológicas que poderão ser desenvolvidas no Brasil usando recursos do FPE. A maior parte dos projetos está focada em tecnologias para gerenciamento de reservatório, completação de poços e processamento offshore e é basicamente voltada para o desenvolvimento de Peregrino.

Algas monitoradas
Apontadas pelo Ibama como parte potencialmente sensível no ecossistema onde está Peregrino, as algas calcárias estão sendo objeto de um monitoramento denominado Peregrino Environmental Monitoring and Calcarious Algae Project (PEMCA). O objetivo é medir o impacto da devolução do cascalho de perfuração ao mar sobre as algas, que, de acordo com informações do órgão ambiental, são um agente na formação de corais.

O PEMCA é subdividido em dois projetos. Um, de monitoramento das condições da água do mar no entorno das plataformas de Peregrino – são duas fixas e um FPSO – e outro para avaliar e medir a reação das algas à variação dessas condições quando testadas em laboratório.

No primeiro, identificado como PEM, dados como turbidez, salinidade e temperatura da água serão coletados através de uma estrutura de aço em forma de cone (lander), desenvolvida pela USP, em colaboração com o Institute of Marine Research (IMR) e a empresa METAS, ambos da Noruega. No segundo, identificado como CA, as variáveis coletadas pelo lander são introduzidas num programa de computador, que avalia seus efeitos sobre as algas com base nos ensaios de laboratório, cujos resultados são traduzidos em uma curva de sensibilidade do organismo. Os testes serão feitos nos laboratórios do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), da Marinha, em parceria com a empresa Labtox, a Fundação Jardim Botânico, a Fundação IBM e a instituição norueguesa Sintef.

No fim do projeto, previsto para 2012, a Statoil espera propor a metodologia como alternativa ao monitoramento convencional, exigido pelo Ibama no licenciamento de Peregrino, que consiste na coleta e análise periódica de amostras. “Achamos que o novo monitoramento pode ser mais eficiente que o usual, no qual uma quantidade de algas é trazida à superfície, o que pode alterar as condições do organismo”, sugere Leite. Se aprovada, a alternativa ainda deverá trazer um benefício econômico, já que a coleta periódica envolve um custo de operação relativamente mais alto.

O PEMCA ainda tem uma sinergia com um projeto similar em fase de implantação no campo de Morvin, na Noruega, também operado pela Statoil. Assim, os dois projetos vão alimentar um programa global da Statoil de monitoramento visando a proteção desse tipo de alga.

Tela Premium brasileira
Já o Projeto de Qualificação de Telas Premium (PSSQP) prevê a destinação de recursos para financiar a qualificação do protótipo da primeira tela de controle de areia para poços de petróleo e gás do tipo Premium desenvolvida no Brasil. A fabricação do protótipo foi obtida com o desenvolvimento de um forno especial, em uma parceria entre a brasileira Adest e o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), de Campinas.

No mundo, apenas três países – EUA, Japão e Alemanha – dominam a fabricação desse tipo de tela, que requer um sofisticado processo de união de telas com malha mais grossa para formar uma tela de malha fina (Premium), em um processo denominado difusion bonding (união por difusão). Composta de uma série de tramas de metais nobres sobrepostas umas às outras, a tela Premium possui furos muito pequenos (medidos em mícron), o que torna inviável a aplicação de métodos convencionais, como a solda, em sua fabricação, o que pode ocasionar obstruções.

Os recursos da Statoil servirão para financiar a qualificação do protótipo, montado sobre um tubo base perfurado de 5,5”, visando a futura produção em escala industrial. A qualificação envolve a aplicação de testes como torção, tração, corrosão e erosão em laboratórios da Unicamp. O projeto foi iniciado em setembro e se estenderá por 14 meses.

Apesar de não ter aplicação imediata em Peregrino, onde é prevista a utilização de um modelo de tela diferente, a wire wrapped, em combinação com gravel packing, o desenvolvimento da Premium no Brasil está alinhado com a política de conteúdo local da Statoil. “No momento em que estiver sendo fabricada no Brasil, poderemos avaliar a conveniência do uso apenas da tela Premium no lugar da completação com duas barreiras filtrantes”, cogita Leite.

Fonte: BRASIL ENERGIA

Em busca de um lugar no mar

No fim de setembro a Bahia deu um passo significativo para a revitalização de seu polo naval, que hoje já conta com o canteiro de São Roque, sob o comando da Petrobras, e o estaleiro virtual Enseada do Paraguaçu, a cargo do consórcio formado por Odebrecht, UTC e OAS. Atraídas pela forte demanda da petroleira por montagem de módulos de plataformas offshore, as empresas Belov Engenharia, GDK, Multitek e Niplan Engenharia assinaram protocolo de intenções com a Secretaria Extraordinária da Indústria Naval e Portuária do governo da Bahia para instalação de canteiros na Baía de Aratu.

Os canteiros vão demandar investimentos da ordem de R$ 200 milhões e devem estar aptos para operar no segundo semestre de 2011. A área total dos canteiros, que será disponibilizada através da Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial do estado, deve abranger algo em torno de 300 mil m².

As empresas vão investir na construção das facilidades para montagem dos módulos, como terraplenagem, construção de cais, de oficinas e equipamentos de cargas de grande porte com até 1.600 t. Já o governo estadual ficará responsável pela parte de infraestrutura dos canteiros, inclusive a dragagem do canal da Baía de Aratu, que deverá ter calado médio de 6 m após essas obras.

O governo baiano também está comprometido a auxiliar todas as empresas na obtenção das licenças ambientais para a área, além das autorizações de Iphan, APA Baía de Todos os Santos e da Secretaria do Patrimônio da União (SPU). “Vamos apoiar a execução dos projetos. Nosso interesse é a geração de empregos”, diz o secretário Roberto Benjamin, destacando que os empreendimentos devem gerar 4 mil empregos diretos.

A mesma estratégia está sendo utilizada na implantação do estaleiro Enseada do Paraguaçu, empreendimento do consórcio Odebrecht, UTC e OAS que vai demandar R$ 2 bilhões. O estaleiro será construído em uma área próxima ao canteiro de São Roque, onde estava estabelecida a reserva extrativista da Marinha Baía do Iguape, recém-alterada.

Fonte: Brasil Energia

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Fundação Maurício Grabois e ANPG debatem Amazônia Azul na SBPC


Em 28 de setembro, a Fundação Maurício Grabois, em parceria com a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), promoveu a mesa redonda "A Amazônia Azul e o Projeto Nacional de Desenvolvimento".

SBPC

O encontro integrou a programação do 2º Salão Nacional de Divulgação Científica, e teve como palestrantes o Presidente da Agência Nacional do Petróleo, Haroldo Lima, o Contra-Almirante Ilques Barbosa Junior, Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha, o professor da Escola de Química da UFRJ, Peter Seidl, e o dirigente nacional da Federação Única dos Petroleiros, Divanilton Pereira.

Para o coordenador da mesa, Fábio Palácio, Diretor de Comunicação e Publicações da Fundação Maurício Grabois, “a discussão, realizada em uma importante cidade costeira do país, diretamente afeta ao tema, e tem grande significado para o desenvolvimento, ainda mais no momento em que se discute o destino dos vultosos recursos a serem arrecadados com a exploração das riquezas minerais da chamada camada do pré-sal”.

Pré-sal

Durante o debate, entre as riquezas imensuráveis do mar e de seu subsolo, o pré-sal colocou-se como fio condutor de um novo ciclo civilizacional em nosso país, com a constituição de uma nação mais desenvolvida tecnologicamente, mais forte economicamente, mais soberana politicamente e mais justa socialmente.

O Presidente da Agência Nacional do Petróleo, Haroldo Lima, defendeu a aceleração da produção de óleo no pré-sal, como no pós-sal e também nas bacias terrestres para permitir o desenvolvimento do país e ajudar na redução da pobreza e da desigualdade. “Temos que nos adiantar para evitar que a gente fique com um mico.”

Defesa da produção

Para o professor da Escola de Química da UFRJ, Peter Seidl, Amazônia Azul é a tradução perfeita de uma realidade marítima, onde o Oceano Atlântico passou a ser fundamental para a economia e o desenvolvimento nacional. Para ele, a discussão em torno da Amazônia Azul e da defesa e exploração das riquezas nacionais é exatamente atual e necessária.“Como os países que chamamos de desenvolvidos, para não usar outros termos, conseguem estas riquezas? Diplomacia?”.

Proteção do pré-sal

Em sua intervenção, o Contra-Almirante Ilques Barbosa Junior, enfatizou a importância da sociedade reconhecer a necessidade de preservar a Amazônia Azul tanto quanto se discute a preservação da Amazônia Verde. "Esperamos que nossa sociedade acorde para a importância que o mar tem. A Marinha quando chama o mar de Amazônia Azul quer chamar a atenção da população sobre a importância das riquezas de nossas águas jurisdicionais".

Ele defende alterações imediatas nas regras do petróleo brasileiro, para proteger as jazidas submarinas e frear a comercialização das áreas a grupos estrangeiro. A prioridade para a ação da Marinha se deve à localização das reservas, na plataforma marítima, às vezes perto do limite de 200 milhas náuticas das águas territoriais brasileiras.

Por um plano estratégico de desenvolvimento

Mesmo reconhecendo que o pré-sal fortalecerá a soberania energética e será fundamental para a constituição de um novo projeto nacional de desenvolvimento, o dirigente nacional da Federação Única dos Petroleiros, Divanilton Pereira, ressalta a importância de se constituir e estabelecer mecanismos de controle social sobre uma reserva nacional, não contigenciada, oriunda da renda do pré-sal. Para ele, esta é a questão chave para consecução de um projeto nacional integrado.

Divanilton defende desenvolver ampla articulação política com diversos segmentos da sociedade, sobretudo com os movimentos sociais, para apresentar idéias e propostas e garantir os interesses do povo na nova legislação em elaboração. “Sabemos que a disputa por esse bem energético tem dimensões mundiais. Não à toa, os Estados Unidos reativaram a sua quarta frota após 60 anos. Aqui no Brasil, essa disputa é latente em diversos segmentos, refletindo-se também no Congresso Nacional. Naquelas Casas legislativas, a correlação de forças em torno da questão da soberania nacional não é tão favorável. E será nelas que se definirão as novas regras para a atividade petrolífera no Brasil”, afirmou.

De Natal,
Jana Sá

Análise sobre o SPOLM (agosto 2010) - Simpósio sobre a defesa da Amazônia Azul


“ A Amazônia Azul e os Desafios da Estratégia Nacional de Defesa” foi o tema do XIII Simpósio de Pesquisa Operacional e Logística da Marinha (SPOLM), organizado pelo Centro de Análises de Sistemas Navais (CASNAV) e pela Diretoria de Abastecimento da Marinha (DAbM). Cerca de 600 representantes das Forças Armadas, dos órgãos de governo, do meio acadêmico e do setor produtivo se reuniram nos dias 12 e 13 de agosto de 2010, na Escola de Guerra Naval, no Rio de Janeiro, a fim de promover o intercâmbio de informações e identificar sinergias para a execução de projetos de desenvolvimento de tecnologia nas áreas de Pesquisa Operacional e Logística.

O Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha, Vice-Almirante Ilques Barbosa Junior, abriu a Sessão Plenária, na manhã do dia 12, ressaltando a importância de trocar informações e conhecimentos. “A Marinha se sente honrada com tão distinto público". 

Segundo o  Diretor do CASNAV, Contra-Almirante Pontes Lima: “Nosso intuito é desenvolver e promover a Pesquisa Operacional e Logística, divulgando, integrando e disseminando experiências militares e acadêmicas em todo o país. Tenho certeza que essa iniciativa proporcionará bons frutos”, avaliou o Contra-Almirante Pontes Lima. 
O XIII SPOLM recebeu 108 artigos inscritos, sendo 57 selecionados pelo Comitê Científico, formado por 72 professores e pesquisadores de institutos e universidade federais, estaduais e privadas.

Sessão Plenária

O primeiro tema da palestra foi “O Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul”, proferida pelo Vice-Almirante Elis Treidler Oberg, Diretor de Sistemas de Armas da Marinha. “O Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz) será um conjunto de diversos sistemas que nós já temos hoje. Ele vai possibilitar um total conhecimento sobre o que se passa na superfície, na subsuperfície e no espaço aéreo das águas jurisdicionais brasileiras e em boa parte do Atlântico Sul. Ele vai ser constituído por fases. A primeira fase nós estamos começando a delinear a arquitetura, que será integrar toda uma série de sistemas que a Marinha já opera e, posteriormente, robustecendo as suas partes, agregando uma série de sensores e veículos aéreos não tripuláveis. Vamos partir do simples e ir aumentando as necessidades implementando outros sensores e outros sistemas de forma a ter total cobertura do que nós necessitamos saber dentro das águas jurisdicionais brasileiras, dentro da parte submarina e do espaço aéreo”, explicou o Vice-Almirante Oberg.

O tema Amazônia Azul também fez parte da palestra do Gerente-Geral da Unidade de Serviços de Transporte e Armazenamento da PETROBRAS, Ricardo Albuquerque Araújo, sobre “Dificuldades Logísticas na Exploração de Petróleo Offshore”.

“A Petrobras é uma empresa que tem uma atuação fortemente focada na área marítima, exatamente na Amazônia Azul. Todas as operações da Petrobras, oitenta e cinco por cento do petróleo que a Petrobras produz, está localizada no mar. Com o advento do Pré-sal, esse percentual deve crescer muito mais no Brasil, se aproximando dos cem por cento. Essa aproximação da Petrobras com a Marinha é vista pela alta direção da empresa como um assunto absolutamente estratégico. Nós verificamos que a Marinha está tomando o cuidado de se preparar para uma nova realidade da atividade econômica no mar territorial brasileiro, que é a produção do petróleo, muito focado agora no Pré-Sal. As outras áreas de produção no mar também vão crescer, mas o Pré-Sal traz uma significância muito maior da Amazônia Azul. Eu não quero restringir as operações da Petrobras somente ao polo Pré-sal. A gente hoje tanto tem perspectivas de explorar a margem equatorial brasileira, como de ampliar a nossa prospecção no Nordeste e mais ao Sul. É possível que novas fronteiras petrolíferas apareçam no mar territorial e a natureza tem mostrado que é na Amazônia Azul onde se mostra muito mais promissor para descobrirmos novas riquezas. A Petrobras tem conseguido com muito sucesso explorar essas oportunidades e a empresa tem plena consciência que, sem o apoio da Marinha, não vamos chegar lá. Eventos como esse são da mais absoluta importância. A integração da Petrobras com a Marinha do Brasil já é muito efetiva, mas pode se estreitar cada vez mais”, concluiu o Gerente-Geral da Petrobras.

A convite da organização do evento, o Professor Doutor Hugo Passos Simão, Pesquisador do Departamento de Pesquisa Operacional e Engenharia Financeira da Universidade de Princeton – USA, proferiu a palestra “Aplicações de Pesquisa Operacional para Defesa da Amazônia Azul: Aprendizado Ótimo – Como Coletar Dados Eficientemente na Era da Informação”.

“É uma maneira de tentar orientar o processo de coleta de informação dentro dos recursos que se possui para tomar a melhor decisão. O desafio principal foi apresentar a modelagem matemática, embora não seja extremamente complicada e dá uma ideia da utilidade da metodologia, como ela pode ser usada, sem alienar o público por causa dos detalhes matemáticos. Esse assunto apresentado no SPOLM tem sido desenvolvido pela Universidade de Princeton ao longo de cinco a seis anos. É um assunto novo a metodologia especificamente e nós achamos que essa seria uma oportunidade de expor para o público brasileiro essa técnica. Como somos pessoas trabalhando em Pesquisa Operacional, interessados em otimização, nós aproximamos essa técnica com o ponto de vista ligeiramente diferente dos Engenheiros de Computação. Essa que é a novidade. A técnica foi desenvolvida por pessoas trabalhando em Pesquisa Operacional e Logística que tinha uma necessidade de manusear dados daquela maneira de informação”, explicou o professor.

Com relação ao SPOLM, o professor Hugo destacou a exposição e o conhecimento adquiridos no estágio das pesquisas e da política militar brasileira. “Aprendi muitas coisas interessantes e importantes, um benefício pessoal. Eu espero que a minha interação com as outras pessoas no Simpósio tenha sido capaz de fornecer uma ideia do que a gente está fazendo fora do Brasil e, quem sabe, fomentar a possibilidade de futura interação.”
Encerrando a Sessão Plenária, a exposição do Almirante-de-Esquadra José Alberto Accioly Fragelli, Coordenador-Geral do Programa de Desenvolvimento do Submarino com Propulsão Nuclear, chamou a atenção do público presente. 

De acordo com o projeto de construção de submarino nuclear, a grande novidade é a construção de um estaleiro e da Base Naval de submarinos na Ilha da Madeira, em Itaguaí, Rio de Janeiro. “Será o maior estaleiro que a Marinha terá”, informou o Almirante-de-Esquadra Fragelli.

Para o Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha, Vice-Almirante Ilques Barbosa Junior, no âmbito do SPOLM, deve-se ter sempre em mente a dimensão do desafio que se tem pela frente, que é de conhecer cada vez mais profundamente a Amazônia Azul, um espaço tridimensional. “Temos que conhecer o ambiente da profundidade, da superfície e do espaço aéreo. Para isso, um evento dessa magnitude, envolvendo as Forças Armadas, a comunidade científica e a academia, com a hospitalidade da EGN, se traduz em um evento marcante. É mais um passo de fortalecimento de nossa soberania e de situações estratégicas.”

Fonte: Galante - Poder Naval