Seja bem-vindo (a) ao Blog do Mar Brasileiro, parte do Projeto Mar Brasileiro em Rede (http://www.marbr.net.br/), cuja missão é: fomentar o conhecimento, a pesquisa e a exploração sustentável das riquezas da plataforma continental brasileira; apoiar e divulgar a Marinha do Brasil.

______________________________________________________________________

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Revista Petro&Química

UM OLHAR DENTRO DO RESERVATÓRIO
As inovações em levantamentos sísmicos não estão a serviço apenas da fase de exploração, diga-se de passagem. A evolução tecnológica começa a produzir soluções para diversos desafios da produção. Com ela é possível acompanhar como o óleo está sendo drenado – ou retido – dentro do reservatório e o avanço da água injetada. Isso porque, em alguns casos, muito petróleo pode ser extraído sem que a modelagem do reservatório inicialmente possa prever. Já existem várias experiências nesse sentido – basicamente, comparando levantamentos feitos em datas diferentes, os engenheiros aprendem a dinâmica da produção. A Petrobras tem um contrato de prestação de serviços com a PGS que prevê o mapeamento 4D nas bacias de Campos, Santos e Espírito Santo – ainda este ano a companhia inicia os levantamentos nos campos de Papa-Terra e Maromba, em Campos. “O grande breakthrough foi no campo de Marlim, onde conseguiram identifi car claramente alguns defeitos. De lá para cá a sísmica 4D vem evoluindo bastante”, destaca o professor Denis Schiozer, do Departamento de Engenharia de Petróleo da Unicamp.

Nas áreas onde há grande concentração de plataformas, a aquisição pode contar com a tecnologia OBC – é o caso do trabalho realizado pela RXT para a Petrobras nos campos de Albacora e Marlim, também na Bacia de Campos. Outro método – o 3D VSP, de Vertical Sismic Profile – permite levantar dados a partir de sensores instalados dentro do poço. As informações coletadas nos geofones permitem visualizar o reservatório. Também nesse caso, o trabalho conta com informações das ondas P e S.

GRUPO VAI ESTUDAR CARBONATOS
A Petrobras assinou um protocolo de cooperação tecnológica com a Unicamp, Unesp e UENF voltado a criação de um Sistema de Capacitação, Ciência e Tecnologia em Carbonatos. O objetivo é gerar tecnologias e know how a respeito da dinâmica das rochas carbonáticas, localizadas na camada pré-sal. A UFRJ e a UFF também irão participar do esforço. “O carbonato, do ponto de vista da geologia, já é um desafi o. Antes de saber como o petróleo vai ser produzido, precisamos entender como é o reservatório”, ressalta o professor Denis Schiozer, ligado ao Departamento de Engenharia de Petróleo da Unicamp. O grupo está agora debruçado sobre o plano de trabalho nas áreas de geologia, engenharia de reservatórios, modelagem e simulação.
O acordo deve incluir também intercâmbios com entidades internacionais. “Em geral o carbonato é uma rocha bem complexa, com fraturas, alta porosidade e alta heterogeneidade. Por conta dessa característica, fi ca difícil até generalizar para o campo inteiro as informações localizadas em um poço”, explica o professor Denis.

CICLO DE ALTA
Quando abriu a exploração de petróleo para as companhias privadas, há dez anos, o Brasil assistiu a maior campanha sísmica de sua história. Agora o otimismo em torno do pré-sal deve bater novo recorde. O potencial é grande para aquisição sísmica e para perfuração. Somente para a área de Tupi – a primeira do pré-sal a entrar em operação – a Petrobras prevê perfurar mais sete poços exploratórios este ano, além dos seis já perfurados e um poço produtor para o projeto piloto. Na área vizinha de Iara, o segundo poço exploratório será perfurado este ano. Nessa área do BM-S-11 a companhia tem até 31 de dezembro deste ano para declarar sua comercialidade à Agência Nacional do Petróleo. Ao todo, a campanha exploratória da Petrobras se aproximará do recorde batido em 2002, quando perfurou 66 poços. Há também a ousada campanha da OGX, que planeja perfurar 27 poços este ano – cinco sondas já estão em operação nas Bacias de Campos e Santos.

Somados, o total de investimento em exploração no país alcançará a cifra de R$ 9 bilhões este ano. Se nenhuma outra área for licitada pela ANP, mesmo assim há atividade exploratória programada pelos próximos cinco anos. Isso sem contar com o próprio Plano Plurianual de Geologia e Geofísica da Agência – um investimento de R$ 1,016 bilhão diluídos nos cinco anos de vigência. Para este ano, o Plano prevê o início da campanha de perfuração de poços estatigráfi cos em áreas terrestres, além de levantamentos 2D e piston core, sobretudo em novas fronteiras terrestres, como Parnaíba e Paraná, e marítimas, como Jacuípe, Pernambuco-Paraíba e Ceará.

VEM AÍ AS SONDAS DE SÉTIMA GERAÇÃO
A megalicitação que a Petrobras está conduzindo para adquirir 28 plataformas de perfuração deve inaugurar a sétima geração de sondas – pelo menos essa é a expectativa dos técnicos da companhia, que esperam ver capturadas as tecnologias que vão colocar as plataformas em um patamar mais avançado. Os três editais permitem que as empresas contratem a Huisman, que desenvolve um novo conceito para sistemas de perfuração – embora ainda inédito, o design agradou a Petrobras por possibilitar trabalhos em lâminas d’água superiores a três mil metros, além de um novo layout da sonda, calados maiores e mais espaço no convés. Entre as inovações constam a nova forma de estaleirar e movimentar as colunas de perfuração – a geometria da torre, tubular e central, possui braços articulados que possibilitam girar 360º ao seu redor, eliminando a necessidade de uma subestrutura e otimizando o espaço da sonda. 

Nenhum comentário: