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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O berço do campo digital

Longas distâncias da costa incentivam operação remota de plataformas
Ninguém mais duvida que a extração de petróleo e gás da camada pré-sal trará novos paradigmas para a indústria. Um dos mais revolucionários será o Gerenciamento Integrado de Operações – foi com esse nome que os engenheiros da companhia batizaram o campo digital. Trata-se de uma iniciativa que unifica, em um centro localizado em terra, o ambiente de decisão hoje alocado dentro das plataformas. Os motivos são muitos. Um deles reside nas difi culdades logísticas relativas a plataformas localizadas a 300 km da costa – para se ter idéia, são poucos os helicópteros que têm autonomia 600 km para levar e trazer petroleiros até o continente. Engenheiros de poço, de processamento, ou os especialistas que trabalhavam embarcados passarão a trabalhar em grupos, acompanhando remotamente a operação de várias plataformas – dessa forma, as decisões operacionais podem ser tomadas com maior embasamento e rapidez.

O impacto na operação está diretamente relacionado a manutenção baseada na condição – que exige um monitoramento dos equipamentos críticos, como geradores, bombas e sistemas de compressão. A Petrobras embarcou nessa onda de gerenciamento digital em 2005 – numa fase de avaliação, o programa de Gerenciamento Digital Integrado de Campos de Petróleo - Gedig estudou a metodologia de campo digital em seis projetos pilotos. De posse do know how, agora a companhia ampliará a filosofi a para o cluster do pré-sal da Bacia de Santos, começando já pelo FPSO que fará o projeto piloto na área de Tupi – a companhia, inclusive, já abriu licitação para adquirir um sistema que irá gerenciar todos esses dados que chegarem das plataformas. No Mar do Norte e no Golfo do México, Statoil, Shell, NorskeHydro, BP e suas prestadoras de serviço já lidam com o assunto – cada uma de forma diferente e com diferentes objetivos. "Há uma lista de vantagens: reduzindo a quantidade de pessoas na plataforma, há uma redução no custo da logística e no risco.

A empresa também pode reduzir as dimensões dos aposentos nas plataformas, reduzindo peso ou abrindo espaço para outras unidades de processo", conta o líder de vendas da Chemtech, Rafael Teixeira. A Chemtech participa atualmente dos trabalhos que a americana Indx desenvolve para a Exxon monitorar em tempo real seus campos. Entre os trabalhos já consolidados, está a integração das refi narias da Exxon, feito em parceria com a Siemens – no mapeamento de processos e definição de indicadores com o software XHQ. Tecnologias para acionar os equipamentos de forma re- mota e softwares supervisórios para monitorar o processo já estão disponíveis, municiando o operador com informações suficientes sobre a operação. Mas o conceito de digital oilfield ainda não está formado. "O que se tem de base é mapear os processos e ter um nível de instrumentação que permita acompanhar dados de cabeça de poço, árvores de natal, manifold, risers e até o topside da plataforma, de forma integrada. Hoje existe tecnologia, mas ninguém parou para escrever uma norma para reger um digital field".

O executivo destaca o projeto da Saudi Aramco – que envolve desde a cabeça do poço até a saída dos derivados da refi naria. O projeto envolveu desde o mapeamento dos processos, a implementação de uma base de instrumentação com um software Scada como supervisório dos processos e uma ferramenta XHQ como camada de visualização com indicadores de performance. "Eles têm até KPIs relacionados a meteorologia, centralizados em uma única sala de operação".

FONTE: REVISTA PETRO&QUIMICA

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