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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

RS - Óleo vaza de navio e atinge canal do porto

Um derramamento de óleo do navio Baltic Champion, de bandeira maltesa, no canal de acesso ao Porto do Rio Grande, mobilizou hoje autoridades da área portuária, órgãos ambientais e a Petrobras. O vazamento ocorreu por volta das 4h desta madrugada, durante o abastecimento do navio, que estava atracado no píer do terminal da Transpetro, descarregando petróleo para a Refinaria Riograndense. Conforme a Capitania dos Portos, "tudo indica que o tanque da embarcação transbordou". Na água caíram em torno de 300 litros de bunker (óleo combustível marítimo) - MS 380 -, mas outra grande parte ficou concentrada no convés da embarcação.

Segundo o superintendente do Porto de Rio Grande, Jayme Ramis, vazaram em torno de 3.300 litros de óleo, sendo que 3.000 litros ficaram retidos dentro do navio e foram recolhidos e armazenados em contêineres apropriados. Os outros 300 litros que escorreram para a água foram vistos pela manhã e atingiram a região próxima do cais da Transpetro, sendo que parte também chegou à margem do estuário da Lagoa dos Patos, na chamada Vila das Barraquinhas. Neste último local, o óleo preto e grosso ficou concentrado na água, pedras e redes de pesca. Também atingiu embarcações de pescadores lá residentes. Um cheiro forte exalava do produto.

Os pescadores que tiveram barcos e redes atingidos se mostraram preocupados. Disseram que as redes ficarão inutilizadas. "Esse óleo 'cola' e não sai", disseram, e a pintura dos barcos ficará estragada. Além disso, receiam não poder pescar no local nos próximos dias, como costumam fazer. Ramis disse que até a tarde de ontem não foi identificado nenhum problema ambiental. A Capitania dos Portos mobilizou helicópteros, pela manhã, para verificar a extensão da mancha de bunker, e lanchas na coleta de amostras do produto que atingiu a água. A intenção é confrontar com as amostras do tanque do navio, visando a confirmar a origem. Ao longo do dia, uma lancha foi mantida no entorno da área afetada para monitorar a situação.

Hoje pela manhã, a mancha de óleo tinha aproximadamente 300 metros quadrados, segundo a Capitania. "Estamos iniciando um processo administrativo para apurar responsabilidades. Pode ter sido uma falha do terminal ou do navio. Temos uma equipe investigando", relatou o capitão dos portos do Rio Grande do Sul, Sérgio Luiz Correia de Vasconcelos. As operações no porto rio-grandino não foram afetadas. De acordo com Jayme Ramis, a Petrobras mobilizou a empresa Alpina Ambiental, contratada pela estatal em nível nacional, para fazer a contenção do óleo que caiu na água. Barreiras de contenção foram colocadas em torno da área atingida, que não abrange a Vila das Barraquinhas, para evitar que o produto se espalhasse. Depois, foi providenciado o início da remoção do óleo da água, com o uso de um caminhão a vácuo, sem previsão para término.

Na Vila das Barraquinhas, à tarde, alguns moradores ajudavam na retirada do produto da água. Também à tarde, a Comissão Municipal de Defesa Civil, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e uma equipe da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) estavam verificando a área atingida. O coordenador da Defesa Civil, Adinelson Troca, disse que estava aguardando informações técnicas da Fepam para poder avaliar melhor o caso. "A empresa contratada pela Petrobras está fazendo a limpeza", informou.

Petrobras
No final da tarde de hoje, em nota à imprensa encaminhada por sua assessoria no Rio de janeiro, a Petrobras confirmou que o vazamento ocorreu em operação de abastecimento de combustível do navio Baltic Champion, "cuja condução técnica é atribuição do armador do navio, sob os cuidados de seu comandante e respectiva tripulação, não cabendo à Petrobras nenhuma responsabilidade sobre o fato". Na nota, a Petrobras também observa que o representante do navio no Brasil é a empresa Cranston Marine and P&I Consultants Ltda.
"Embora não tenha responsabilidade sobre o incidente, a Petrobras está apoiando o trabalho de contenção e recolhimento do óleo no local, através de seus recursos locais e experiência técnica de combate a contingências", destacou.

Por Carmem Ziebell
carmen@jornalagora.com.br

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