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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Análise sobre o SPOLM (agosto 2010) - Simpósio sobre a defesa da Amazônia Azul


“ A Amazônia Azul e os Desafios da Estratégia Nacional de Defesa” foi o tema do XIII Simpósio de Pesquisa Operacional e Logística da Marinha (SPOLM), organizado pelo Centro de Análises de Sistemas Navais (CASNAV) e pela Diretoria de Abastecimento da Marinha (DAbM). Cerca de 600 representantes das Forças Armadas, dos órgãos de governo, do meio acadêmico e do setor produtivo se reuniram nos dias 12 e 13 de agosto de 2010, na Escola de Guerra Naval, no Rio de Janeiro, a fim de promover o intercâmbio de informações e identificar sinergias para a execução de projetos de desenvolvimento de tecnologia nas áreas de Pesquisa Operacional e Logística.

O Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha, Vice-Almirante Ilques Barbosa Junior, abriu a Sessão Plenária, na manhã do dia 12, ressaltando a importância de trocar informações e conhecimentos. “A Marinha se sente honrada com tão distinto público". 

Segundo o  Diretor do CASNAV, Contra-Almirante Pontes Lima: “Nosso intuito é desenvolver e promover a Pesquisa Operacional e Logística, divulgando, integrando e disseminando experiências militares e acadêmicas em todo o país. Tenho certeza que essa iniciativa proporcionará bons frutos”, avaliou o Contra-Almirante Pontes Lima. 
O XIII SPOLM recebeu 108 artigos inscritos, sendo 57 selecionados pelo Comitê Científico, formado por 72 professores e pesquisadores de institutos e universidade federais, estaduais e privadas.

Sessão Plenária

O primeiro tema da palestra foi “O Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul”, proferida pelo Vice-Almirante Elis Treidler Oberg, Diretor de Sistemas de Armas da Marinha. “O Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz) será um conjunto de diversos sistemas que nós já temos hoje. Ele vai possibilitar um total conhecimento sobre o que se passa na superfície, na subsuperfície e no espaço aéreo das águas jurisdicionais brasileiras e em boa parte do Atlântico Sul. Ele vai ser constituído por fases. A primeira fase nós estamos começando a delinear a arquitetura, que será integrar toda uma série de sistemas que a Marinha já opera e, posteriormente, robustecendo as suas partes, agregando uma série de sensores e veículos aéreos não tripuláveis. Vamos partir do simples e ir aumentando as necessidades implementando outros sensores e outros sistemas de forma a ter total cobertura do que nós necessitamos saber dentro das águas jurisdicionais brasileiras, dentro da parte submarina e do espaço aéreo”, explicou o Vice-Almirante Oberg.

O tema Amazônia Azul também fez parte da palestra do Gerente-Geral da Unidade de Serviços de Transporte e Armazenamento da PETROBRAS, Ricardo Albuquerque Araújo, sobre “Dificuldades Logísticas na Exploração de Petróleo Offshore”.

“A Petrobras é uma empresa que tem uma atuação fortemente focada na área marítima, exatamente na Amazônia Azul. Todas as operações da Petrobras, oitenta e cinco por cento do petróleo que a Petrobras produz, está localizada no mar. Com o advento do Pré-sal, esse percentual deve crescer muito mais no Brasil, se aproximando dos cem por cento. Essa aproximação da Petrobras com a Marinha é vista pela alta direção da empresa como um assunto absolutamente estratégico. Nós verificamos que a Marinha está tomando o cuidado de se preparar para uma nova realidade da atividade econômica no mar territorial brasileiro, que é a produção do petróleo, muito focado agora no Pré-Sal. As outras áreas de produção no mar também vão crescer, mas o Pré-Sal traz uma significância muito maior da Amazônia Azul. Eu não quero restringir as operações da Petrobras somente ao polo Pré-sal. A gente hoje tanto tem perspectivas de explorar a margem equatorial brasileira, como de ampliar a nossa prospecção no Nordeste e mais ao Sul. É possível que novas fronteiras petrolíferas apareçam no mar territorial e a natureza tem mostrado que é na Amazônia Azul onde se mostra muito mais promissor para descobrirmos novas riquezas. A Petrobras tem conseguido com muito sucesso explorar essas oportunidades e a empresa tem plena consciência que, sem o apoio da Marinha, não vamos chegar lá. Eventos como esse são da mais absoluta importância. A integração da Petrobras com a Marinha do Brasil já é muito efetiva, mas pode se estreitar cada vez mais”, concluiu o Gerente-Geral da Petrobras.

A convite da organização do evento, o Professor Doutor Hugo Passos Simão, Pesquisador do Departamento de Pesquisa Operacional e Engenharia Financeira da Universidade de Princeton – USA, proferiu a palestra “Aplicações de Pesquisa Operacional para Defesa da Amazônia Azul: Aprendizado Ótimo – Como Coletar Dados Eficientemente na Era da Informação”.

“É uma maneira de tentar orientar o processo de coleta de informação dentro dos recursos que se possui para tomar a melhor decisão. O desafio principal foi apresentar a modelagem matemática, embora não seja extremamente complicada e dá uma ideia da utilidade da metodologia, como ela pode ser usada, sem alienar o público por causa dos detalhes matemáticos. Esse assunto apresentado no SPOLM tem sido desenvolvido pela Universidade de Princeton ao longo de cinco a seis anos. É um assunto novo a metodologia especificamente e nós achamos que essa seria uma oportunidade de expor para o público brasileiro essa técnica. Como somos pessoas trabalhando em Pesquisa Operacional, interessados em otimização, nós aproximamos essa técnica com o ponto de vista ligeiramente diferente dos Engenheiros de Computação. Essa que é a novidade. A técnica foi desenvolvida por pessoas trabalhando em Pesquisa Operacional e Logística que tinha uma necessidade de manusear dados daquela maneira de informação”, explicou o professor.

Com relação ao SPOLM, o professor Hugo destacou a exposição e o conhecimento adquiridos no estágio das pesquisas e da política militar brasileira. “Aprendi muitas coisas interessantes e importantes, um benefício pessoal. Eu espero que a minha interação com as outras pessoas no Simpósio tenha sido capaz de fornecer uma ideia do que a gente está fazendo fora do Brasil e, quem sabe, fomentar a possibilidade de futura interação.”
Encerrando a Sessão Plenária, a exposição do Almirante-de-Esquadra José Alberto Accioly Fragelli, Coordenador-Geral do Programa de Desenvolvimento do Submarino com Propulsão Nuclear, chamou a atenção do público presente. 

De acordo com o projeto de construção de submarino nuclear, a grande novidade é a construção de um estaleiro e da Base Naval de submarinos na Ilha da Madeira, em Itaguaí, Rio de Janeiro. “Será o maior estaleiro que a Marinha terá”, informou o Almirante-de-Esquadra Fragelli.

Para o Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha, Vice-Almirante Ilques Barbosa Junior, no âmbito do SPOLM, deve-se ter sempre em mente a dimensão do desafio que se tem pela frente, que é de conhecer cada vez mais profundamente a Amazônia Azul, um espaço tridimensional. “Temos que conhecer o ambiente da profundidade, da superfície e do espaço aéreo. Para isso, um evento dessa magnitude, envolvendo as Forças Armadas, a comunidade científica e a academia, com a hospitalidade da EGN, se traduz em um evento marcante. É mais um passo de fortalecimento de nossa soberania e de situações estratégicas.”

Fonte: Galante - Poder Naval

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